Pequenino garoto de ferro,
Não, não se engane,
É muito mais garoto de sangue,
E coração enferrujado.
É inocência de joelhos ralados,
Mas não se zangue,
Pois todo mundo rala os joelhos
De vez em quando.
Quem nunca caiu,
É porque nunca roubou amoras do pé.
Quem nunca chorou?
Quem nunca desabou?
Quem nunca perdeu a fé?
Deixe-se enferrujar, pequeno.
Chore! Chore! Chore!
Porque quem nunca chora
Tem a alma seca.
Deixe que se perca,
Deixe que vá embora.
Sua força não é de olhos secos,
É de peito aberto,
É de sorriso certo,
Sua força é de ter medo.
Sua força é um apertado abraço,
É a persistência do nó sob o laço,
É o carinho que eu mesmo faço,
No seu peito metálico.
Não se importe,
Nem fique assim, calado,
Cante a dor que te aflige.
Faça soar as cicatrizes,
Do seu joelho ralado.
Mas não se zangue,
Como sei que faz há meses
Porque todo mundo rala os joelhos...
Às vezes.
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