23 de jun. de 2015

#02 (para apreciar também os dias tristes)


não há poemas escritos para os dias de céu limpo. é preciso que se anuviem os olhos para que as rimas comecem a aparecer. não há estrelas no céu escuro, ou há porque não as vemos? só destruímos o que podemos construir.

tenho me forçado a perguntar os porquês. não quero estar triste mas por quê?! por que, pergunto, se, bem clamo, não há poemas escritos para os dias de céu limpo. quero amar, ser bom, ter sucesso, ser bonito, ser feliz... por que, por que, por quê? se cada suspiro tem seu tom e seu valor. não há nada que me tape os vazios senão legitimamente ser. sem quereres ou poderes ou pudores. ser tempestade quando convir, céu nublado quando precisar e sol se assim for, mas invariavelmente celebrar a pungência de ser o que se é e sê-lo agora. é sempre agora, no fim das contas.


só destruímos o que podemos construir. nada me destrói além de mim.

2 comentários:

  1. como já disse Neil Hilborn: "pessoas felizes não fazem história pessoas felizes fazem filhos e então morrem"

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  2. " por que, pergunto, se, bem clamo, não há poemas escritos para os dias de céu limpo." como não quotar isso? E como não se identificar? <3

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