encontrei-o
na esquina da vida
feito espelho
perdido feito eu
encontrei-o
alma e fé perdida
e olhos da
esperança partida
qual dia que
um dia anoiteceu
tomou-me a
mão e corremos
para onde
nunca vou saber dizer
mas foi
tanto que nos perdemos
perdidos já
éramos nem percebemos
tamanha foi
a vida que nos ocorreu
então espetou-me
os olhinhos pequenos
e enviesado
num sorriso sereno
cantou-me a
sua súplica por ar
e espelho
que sou fui-me derretendo
e de ir
entendendo mal percebemos
que já
estávamos imersos no mar
agora que
faço eu, criança sozinha?
aguardo inerte
em água fria
esperando rebelde
pelo dia
em que
chegue teu afogar?
ou vou
embora e imagino
o cruzar do
teu braço pequenino
e o franzir
do teu cenho franzino
enquanto se
recusa a nadar?
Lipe, estava com saudade de ler algo seu. Que alegria a minha quando abri o blog e vi que continua postando.
ResponderExcluirSuas palavras sempre de de uma delicadeza e profundidade sem tamanho. Essa poesia então, nossa, me encantou profundamente.
Com carinho,
Mica.