15 de fev. de 2016
Caverna
encontro-me ao tatear as cinzas da tua beleza:
estão rabiscadas em carvão e parede áspera
mas posso jamais tocá-la, qual grande graça
fixa aos meus próprios olhos, cor de incerteza.
sinto a maciez das tuas pétalas, a curva de teu murchar
e quero você em meu altar, sendo artista e sendo plateia
mas esse querer é senão sombra efêmera e vulgar
de uma tarde regular no meu mundo das ideias
o que farei, enfim
quando esta parede desmoronar
ou esta luz sumir no entardecer?
ficarei então preso à batalha
de querer sem poder tocar,
ou tocar sem jamais querer?
(foto de: https://www.instagram.com/fineart.photography/)
(poeminha escrito para um saudaoso Campeonato de Textos).
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