30 de set. de 2012
Avesso.
Quis um poema do avesso
que, em cada verso espesso
trouxesse ao menos um terço
do sorriso que você tem.
Que dissolvesse seu nome na boca
e descesse seco pela garganta oca.
Pelo estômago borboletasse sem fim,
antes de se tornar um pedacinho de mim
Quis te transformar em verso
pra te ler em voz alta,
assim que o céu escureceu
Pra te rimar comigo,
e, quando sonhar for impossível
lembrar do verso que é meu.
8 de set. de 2012
Átimo.
Quais cores intrínsecas
Carrega o filho pródigo?
Quietude que n'alma respinga
Ou obra-prima detrás de códigos?
Tal desfazer amiúde
Cansa os olhos descorados:
Decolar a vida antes que mude,
Decorar o dia antes de sábado.
Mancha no asfalto.
Só, feito canção,
Descompasso sem cortejo.
(Já vi muito gato sem sorriso
Mas sorriso sem gato,
Sou o primeiro que vejo).
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