só existo depois de cuspido
mastigado por mentes amarelados
feito história deglutido ingerido
navegando no sistema digestório do
mundo
deslizando pelas mazelas delgadas
desse intestino sem fundo
é só então que viro história
aubiografio o outro que não fui
me crio, me recreio, garganta e
peito abertos
só existo pra contar história
nunca sou
sempre estou sendo
sou escritor incompreendido
vivo mil vidas
e escrevo obras-primas que ninguém
gosta
rá
grande coisa
no final
tudo vira bosta.