Aqui só chove quando é fresta,
Vento assobia pra soprar.
O que não é cinza, não interessa,
E bem pouquinho vem o sol raiar.
Aqui mal aparece passarinho:
Cabe um bico, viu? Se apertar
Mas fresta não lugar de ninho!
Fresta não é pra se morar!
Entra um canto, vez em quando
Mal sei se rima, todo descompasso
Mas sou eu mesmo que o canto
E o silêncio, também, eu mesmo que faço.
E a janela feito coração
que na mão mal cabe:
Fech ado! Bate forte.
(Mas nunca se sabe...)