Ainda que outra estrada não houvesse,
Só pra desviar...
Ainda que, no bolso, sonhos coubessem
A transbordar pra outro lugar...
E se o vento que já não sopra ao leste
Recomeçasse a cantarolar...
Perder-se-ia de qualquer maneira.
Ainda que o rosto imberbe fosse pueril,
E sol que nasce nesta terra
Só nascesse sobre o rio.
Ainda que navegasse
Apenas no teu mar bravio
Perder-se-ia de qualquer maneira.
E se as espirais espirrassem pra outro lado
E se a tinta que agora escorre,
Pintasse um novo retrato
Ainda que, de fato,
Não desse ouvidos ao olvidado
Perder-se-ia de qualquer maneira.
Pois é de tijolos amarelos esta estrada,
E aqueles sonhos irrequietos
Escureceram numa aurora nublada.
Mas ainda que toda palavra tua fosse apagada.
Perder-se-ia de qualquer maneira.
(quero um sol que derreta minhas asas de cera!)
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