2 de abr. de 2016

das belezas

é penosa a vida tal
qual de poeta
que vive na sombra
de que cada coisa dita
seja uma coisa bela

acorrenta-se aos grilhões estéticos
e esquece o choro, o amargo, a rotina
a penumbra, a poeira,
os azulejos da cozinha!
não sente das coisas
o seu próprio afeto

pois olha e vê:
beleza é um treco rasteiro
tá nos detalhes, mas tá no inteiro.
e tem até onde não tem;
beleza no mundo é espelho.

pois olha e vê
em cada suspiro,
um manifesto
e é só então
que será belo
a você
todo o resto.