26 de jan. de 2016

second thoughts


I’m too afraid to write you a poem. Far more than heights, far more than spiders. It is not a fear I’m willing to avoid, to leap, to jump or to kill. I will not step over this walking shadow of expectations. I will not pray this ghost away.

I will pray for him to stay.

Because as long as I feel a thousand of possibilities and insecurities shivering down my spine, my verses will hang unwritten. Floating over this colorful – but bright – abyss between not good enough and not feeling at all.

I’m savoring this uncertainty.

I’m treasuring every signal I might’ve misread, for that has been teaching me how to stay afloat when the ocean is far too much troubled.


I’m embracing the wholeness of myself.

hierarquia

“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não se tornar também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você” (Nietzsche)

falo em nome dos bons costumes e da moral:
se coloco os joelhos ao chão,
é pra ganhar o direito de apontar o dedo
na cara de marginal
não é diversão, é meu dever
já que, sabes bem, irmão
não adianta discutir:
sou mais humilde que você.

fala o que quiser aí
pra qualquer coisa eu tenho resposta
ou melhor, falar nada não
que eu sei que cê vai falar bosta
vai estudar e para de falar asneira
ainda assim, sambo na tua cara
de qualquer maneira

foda-se tua história
porque eu sou todo desconstruído
mas funkeiro? pão com ovo?
ah, para! aí não, né, migo?

segura essa marimba
que sou viciada em problematizar
só tô te dando corda
pra ver qual é o próximo deslize
que cê vai dar

pra que eu vou te ouvir?
se eu já sei que tá errada
e se tem uma coisa
que eu não sou nessa vida
é obrigada

ai, miga, pelo número de likes
acho que já deu pra perceber:
não adianta discutir
no fim das contas

eu sou melhor que você.